A iconografia e as diversas formas de expressão da figura materna fazem parte de um conjunto de mais de 100 obras de arte que compõem a nova exposição do Museu Afro Brasil Emanoel Araújo, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo. Com curadoria de Claudinei Roberto da Silva, a mostra Mães – no imaginário da arte marca também a abertura da temporada de exposições temporárias de 2023, a primeira com mostras inéditas desde a morte do fundador do museu, o artista plástico Emanoel Araújo.
Entre esculturas, pinturas, murais, desenhos e gravuras, Mães reúne artistas como Aline Bispo, Bruno Giorgi, Candido Portinari, Claudia Andujar, Di Cavalcanti, Flávio de Carvalho, Gilda Vogt, Jean-Baptiste Debret, José Pancetti, Mário Zanini, Marjô Mizumoto, Pierre Verger, Povo Yombe e Rosana Paulino.
Claudinei Roberto da Silva reencontra o museu, agora como curador convidado da instituição para a temporada de 2023. Anteriormente, ele trabalhou em colaboração com Emanoel Araújo em outras exposições do Afro Brasil. Nesta mostra, ele destaca “a centralidade da figura materna desde a aurora da humanidade, com as primeiras representações pictóricas ou esculturais da ‘Grande Mãe’, da mítica e fundamental provedora da vida”.
Para reunir acervo de grandes dimensões foi necessário suporte logístico da Art Quality, empresa parceira da Clé Reserva Contemporânea. A partir da escolha de cada obra, com autorização de colecionadores privados ou museus, a equipe determinou as melhores condições de embalagem, transporte e desembalagem para montagem na exposição.
O amplo recorte das obras selecionadas oferece aos visitantes um olhar que privilegia a arte brasileira colonial, acadêmica, moderna e contemporânea. E, segundo o curador, se alinha com a proposta do museu ao mostrar o papel exercido pelas mães entre os afrodescendentes no Brasil e em outros territórios da afrodiáspora, extrapolando o nicho familiar, destacando a figura das mães de santo.
“As imponentes ialorixás, matriarcas que regem a vida espiritual e social de comunidades inteiras que, desde muito tempo, resistem, acalentam e incentivam a construção das complexas redes de relações que criam histórias e memórias”, diz Claudinei no texto que abre a exposição.
O Museu Afro Brasil abre de terça-feira a domingo, das 10h às 17h, com permanência até 18h00. Os ingressos custam R$ 15,00, com meia entrada a R$ 7,50. Às quartas-feiras a entrada é gratuita. Informações no site do Museu.
