Fica em cartaz até julho, no Centro Cultural Fiesp, em São Paulo, a exposição TUDO PODE (perder-se) retrospectiva individual do multiartista Tadeu Jungle. Com curadoria de Daniel Rangel, a mostra ocupa o Espaço de Exposições do centro, localizado na Avenida Paulista, com instalações com técnicas e suportes variados, realizadas por Jungle nos últimos 45 anos – incluindo obras criadas especialmente para a mostra. A logística da exposição contou com o trabalho da Art Quality, empresa parceira da Clé Reserva Contemporânea, especializada no transporte de obras de arte.
“O conjunto exposto, visualmente ressoa como uma ópera-rock com distintos climas e nuances que variam ao longo da montagem-partitura. A densidade ruidosa das obras no espaço emana conceitos inerentes à sua produção de mais de quarenta e cinco anos, porém, sem almejar dar conta da totalidade dessa. Expansões ainda são necessárias, incluindo ações online, projeções na fachada de prédios, exibições de filmes e muitas conversas com o artista – criador-criatura – que está aqui, afinal, aqui, tudo pode”, afirma Daniel Rangel.
Tadeu Jungle é um artista multidisciplinar que transita entre cinema, TV, realidade virtual, videoarte, poesia visual e fotografia. Formado pela ECA-USP e com passagem pela San Francisco State University, ele é herdeiro da Poesia Concreta e desde os anos 1980 publica poemas visuais em revistas e plataformas digitais. Jungle iniciou sua trajetória no movimento de arte-postal e experimentou diferentes suportes, desde adesivos poéticos e pichações em São Paulo até videoartes premiadas no Brasil e no exterior. Suas videoinstalações podem ser vistas em instituições como o MIS, MAC-USP, Museu do Futebol e Museu do Amanhã, consolidando seu nome na cena artística contemporânea.
Ao longo das décadas, Jungle expandiu seu alcance, escrevendo sobre mídia e comunicação, criando programas de TV e dirigindo filmes e documentários, como o longa “Amanhã Nunca Mais”. Com a chegada do digital, explorou novas formas de poesia, integrando caligrafia e tecnologia. Seu projeto “Foto de Segunda” antecipou tendências das redes sociais e durou 14 anos. Nos últimos anos, sua atuação na realidade virtual rendeu prêmios internacionais e reconhecimento na ONU. Com obras em coleções do MAM-SP, MAC-SP e Instituto Figueiredo Ferraz.
O Centro Cultural Fiesp fica na Avenida Paulista e pode ser visitado de terça a domingo das 10h às 20h.